Empírica foca em estruturados | Formada por ex-executivos do HSBC...

Edição 221

 

Empírico, por definição, é tudo aquilo que resulta da experiência. Não por acaso, foi batizada de Empírica Investimentos a asset fundada por três executivos que passaram os últimos anos trabalhando juntos no HSBC.
Desde o ano passado, quando saiu a aprovação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para a instituição da gestora, Aquiles Feldman, José Eduardo de Assunção e Leonardo Russo Calixto têm se debruçado sobre a estruturação de Fundos de Investimento em Participações (FIPs) e fundos de investimento imobiliário. Os produtos com ofertas previstas até o final do ano podem chegar a movimentar um total de R$ 340 milhões, dos quais até R$ 140 milhões se referem a operações que já estão em andamento. Um outro fundo, com distribuição no início do ano que vem, pode fazer o volume total saltar para até R$ 540 milhões.
“Somos três sócios diretores da Empírica, e todos oriundos do HSBC. Nós atuamos juntos em boa parte dos últimos dez anos, estruturando FIDCs [Fundos de Investimento em Direitos Creditórios], fundos imobiliários e outros produtos para distribuição tanto local quanto internacional. Nós iniciamos o processo de constituição da empresa em 2008 e, em 2009, recebemos a autorização da CVM. Desde então, há cerca de um ano, nós começamos o processo de realmente estruturar os produtos da Empírica”, recorda Leonardo Calixto.
No final de outubro, a asset contava com dois produtos em distribuição: um FIP e um fundo imobiliário. Com meta de captação de R$ 25 milhões nessa primeira emissão, o fundo de participações está sendo distribuído em uma operação restrita, que segue as regras da CVM 476. Segundo Calixto, a distribuição deste FIP está sendo bastante voltada para investidores de Minas Gerais, e o foco do produto é operar na compra de gleba e na venda de terreno, já com o desenvolvimento imobiliário aprovado e todas as certidões emitidas. “Fizemos parceria com uma incorporadora de Minas, e a nossa atuação nesse caso está sendo na Grande BH. Por conta disso, a maioria dos investidores que já deu uma sinalização de subscrição é formada por mineiros, até porque eles conhecem melhor a operação na região”, explica o sócio da Empírica.
Como desinvestimento, a asset vê a venda do terreno para um player grande, como uma incorporadora de grande porte, “que geralmente tem capital aberto”. A coordenação e a distribuição dessa emissão ficam a cargo da Planner.
Também em distribuição, o primeiro fundo imobiliário estruturado pela Empírica vai investir prioritariamente em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). Calixto conta que tem apresentado o produto para fundos de pensão de pequeno e médio porte. “Geralmente, essas fundações não têm estrutura para avaliar o volume de operações de CRI que vem ao mercado. Investir em um fundo que tem um gestor que faça essa avaliação para elas é um diferencial”, argumenta, ao acrescentar que a asset também tem conversado com alguns institutos de previdência de estados e municípios a respeito do fundo imobiliário. “Isso tem sido feito pontualmente, apenas para alguns regimes próprios, porque eles ainda não são muito adiantados em termos de diversificação dos investimentos como os fundos de pensão. Estamos falando com os institutos que nós entendemos que têm perfil, estrutura e capacidade para analisar esse tipo de produto, e naturalmente um patrimônio que permita aplicar parte dos recursos em fundos desse tipo”, descreve Calixto. O fundo está sendo distribuído em uma oferta pública de R$ 100 milhões, com um lote suplementar de mais 15%, e a asset pretende encerrar a captação até meados de dezembro deste ano. A coordenação da emissão é feita pela Planner e um pool de corretoras participa da distribuição.

No forno – Em meados deste mês de novembro, a Empírica deve dar início à emissão restrita (CVM 476) de um Fidc de recebíveis comerciais que pode chegar a R$ 125 milhões. Entre o final de novembro e o início de dezembro, outro Fidc também de recebíveis comerciais deve começar a ser distribuído, em operação restrita que deve atingir R$ 75 milhões.
Para o início do ano que vem, está prevista a oferta pública de cotas de um fundo imobiliário com foco em centros de distribuição, operação que deve bater os R$ 200 milhões, e a captação de recursos junto a investidores estrangeiros, do Oriente Médio, para um fundo de private equity. “Vamos iniciar o road show para investidores árabes em dezembro.
Ainda estamos em fase final de definir os setores prioritários deste fundo, o que não quer dizer que não podemos olhar também para oportunidades em outros segmentos. O foco é um pouco diferente do que temos visto em grandes fundos de private equity, que geralmente trabalham com empresas com um porte maior. Vamos operar muito no middle market”, detalha Calixto. Ele adianta que a Empírica tem pelo menos mais duas operações em estudo, mas não pode detalhá-las por ainda não terem todos os detalhes acertados.