Ferrovias e hidrovias nos planos da Previ

Edição 66

Fundo de pensão dos empregados do Banco do Brasil vai incentivar
empresas a investir nesses dois segmentos

A Previ quer incentivar as empresas nas quais possui participação
acionária a investirem nas áreas de ferrovia e hidrovia. A fundação
concluiu um estudo sobre as necessidades de investimentos das 10
principais ferrovias e projetos de hidrovias do país, devendo iniciar um
levantamento dos benefícios comuns que cada um deles possa gerar às
diferentes empresas nas quais possui participação. “Queremos explorar as
sinergias mostrando para as empresas, através de nossos conselheiros,
que investir em conjunto também pode aumentar a taxa de retorno desse
investimento”, explica o diretor de participações da entidade, Vitor Paulo
Camargo Gonçalves.
De acordo com os estudos, esses meios de transporte têm capacidade
para absorver R$ 6 bilhões em investimentos, gerando 137 mil novos
empregos, além de R$ 200 milhões em impostos para os cofres públicos.
Investimentos nessas áreas, segundo o diretor da fundação dos
funcionário do Banco do Brasil, colocariam o Brasil próximo dos Estados
Unidos, onde a malha ferroviária é o principal meio de transporte. “Nos
países desenvolvidos, de modo geral, as rodovias são menos utilizadas
que as ferrovias”, acrescenta Gonçalves.
Ele considera as ferrovias e hidrovias de fundamental importância para o
desenvolvimento da economia nacional, porque facilitaria o escoamento
da produção para o Exterior, num momento em que as exportações
ressurgem como geradoras de crescimento econômico. Em consequência
disso, o retorno propiciado por esse tipo de empreendimento tende a ser
promissor, avalia o diretor da Previ.
Segundo ele, a Previ poderá inclusive associar-se às empresas para
viabilizar esses investimentos. “Já temos participação direta na Ferronorte
e na Ferroban, e se o retorno for satisfatório podemos investir junto com
elas em outros projetos”, adiciona.
De acordo com Gonçalves, a Previ também discute internamente a
possibilidade de investir em fundos voltados ao financiamento das
exportações. Uma das exigência que a fundação deverá fazer, no caso de
tornar-se cotista de fundos desse tipo, é ter participação no conselho de
administração da empresa, o que ajudará a promover sinergias entre esse
investimento e outras empresas exportadoras nas quais possui
participação. O investimento das fundações em instrumentos financeiros
voltados a esse fim foi tema do 20º Congresso Brasileiro dos Fundos de
Pensão.