Previdência sueca poderá sofrer reestruturação

Edição 63

Sistema possui patrimônio de mais de US$ 91 bilhões

Autoridades suecas estudam uma proposta para reformular toda a
estratégia de investimentos do sistema previdenciário estatal, chamado
AP Fonden, que tem patrimônio de US$ 91,6 bilhões. Hoje, o fundo
administra internamente quase todo o seu portfólio, mas pela proposta
pelo menos 10% dos ativos devem ser administrados por gestores
externos. Isso colocaria no mercado algo em torno de US$ 6,2 bilhões.
Segundo a publicação Pension & Investment, o objetivo da proposta é
aumentar o retorno e pulverizar o risco do fundo. Hoje, a maior parte dos
ativos é formada por bônus suecos, e a idéia é aumentar a alocação em
ações e valores estrangeiros.
O AP Fonden é dividido em seis fundos, cada um deles destinado a
investir numa classe de ativos diferente. Pela proposta, cinco deles serão
fundidos, e depois os ativos serão redivididos em quatro fundos iguais em
patrimônio e na política de investimentos. O sexto fundo, que tem cerca
de US$ 1,5 bilhão, e investe em private equities suecas, ficará como está.
Três dos fundos atuais, que são os que têm maior volume de ativos, têm
95% dos recursos alocados em bônus suecos, e o resto em participações
indiretas em imóveis. Os outros dois, que somam cerca de US$ 6,5
bilhões, são compostos por ações, basicamente do mercado sueco.
Com a reestruturação, cada um dos quatro fundos novos terá, no mínimo,
30% em renda fixa. A exposição dos investimentos em renda fixa à
moedas estrangeiras poderá ser de até 40% do portfólio, bem acima dos
atuais 10%.
As ações, por consequência, estão limitadas a 70% do patrimônio desses
fundos. A proposta limita os investimentos nas bolsas suecas a 2% da
capitalização total daquele mercado.
Se aprovada pelo Parlamento, a reforma entra em vigor no segundo
semestre do ano 2000. Ela contempla, ainda, a criação de um novo
sistema de previdência, baseado em contas individuais, que será
capitalizado com uma parte das contribuições que empregadores e
empregados fazem ao sistema atual. Estima-se que esse novo sistema,
denominado Premium Pension Authority (PPM), tenha um fluxo anual de
recursos da ordem de US$ 3 bilhões nos seus primeiros 10 anos.
No PPM, os participantes poderão escolher os administradores de suas
contas previdenciárias, o que deve representar maior expansão dos
negócios para os gestores daquele país. Os recursos dos indivíduos que
não escolherem nenhum administrador serão geridos por um novo fundo
ligado ao AP Fonden, que terá como característica aplicações de baixo
risco. Esse fundo poderá ter uma parte de seu portfólio com perfil mais
agressivo, caso algum participante opte por essa modalidade.
De acordo com a reportagem, esse é apenas o primeiro passo para fazer
uma reforma radical no sistema de previdência da Suécia.