Sasse na quarta posição do ranking

Edição 50

A Sasse, fundo aberto da Caixa Econômica Federal, tornou-se da noite
para o dia a quarta maior entidade de previdência aberta do mercado,
devido à absorção dos recursos dos assistidos da Prevhab, fundação dos
funcionários do extinto BNH que foi absorvida pela Funcef

A Sasse, fundo aberto da Caixa Econômica Federal, tornou-se da noite
para o dia a quarta maior entidade de previdência aberta do mercado,
devido à absorção dos recursos dos assistidos da Prevhab, fundação dos
funcionários do extinto BNH que foi absorvida pela Funcef (ver Investidor
Institucional nº 47). A absorção dos assistidos da Prevhab representaram
ingressos da ordem de R$ 600 milhões na Sasse no final do ano passado.
Este acordo representou, sozinho, mais de 25% de todos os recursos que
entraram no setor de previdência aberta entre janeiro e novembro de 98,
cuja soma foi de R$ 2,358 bilhões. A transferência dos recursos dos
inativos da Prevhab fez com que a carteira de investimentos da Sasse,
que antes do negócio estava avaliada em apenas R$ 4 milhões,
ultrapassasse a Itauprev (quinta colocada) e encostasse na Brasilprev
(terceira posição), que são as duas entidades que têm apresentado os
maiores crescimentos em termos de receita e de número de planos
negociados nos últimos dois anos.
A entrada dos assistidos de uma fundação fechada em uma empresa
aberta de previdência, melhorando sua situação no ranking da Associação
Brasileira de Previdência Privada (Anapp), já aconteceu antes. Na virada de
1997 para 1998, a Sul América entrou na lista das dez maiores entidades
abertas de previdência ao receber uma reserva de perto de R$ 120
milhões destinada a pagar os benefícios de um grupo de 600 assistidos
da Fundação IBM (ver matéria na edição n° 39).
Ao contrário da Sasse, que melhorou seu posicionamento no ranking, o
GBOEX caiu na classificação da Anapp. Esta entidade teve o valor de sua
carteira de investimentos reduzido pela metade, caindo da 4ª para a 8ª
posição no ranking no acumulado de 11 meses até novembro passado. O
GBOEX, que tem como público principal os servidores militares e civis, fez
uma reavaliação de sua carteira de imóveis e reajustou o valor de seu
patrimônio.

Estrangeiras – Outra novidade que tem movimentado o setor nos últimos
meses é a entrada de várias empresas estrangeiras na disputa por uma
fatia do mercado, com destaque para a norte-americana AIG (American
International Group), que se uniu ao Unibanco Seguros, passando a deter
o controle da antiga Prever que passou a se denominar Unibanco AIG.
A única coisa que permaneceu estável foi a liderança disparada da
Bradesco Previdência. A maior entidade aberta do país detém mais da
metade de todos os recursos do setor, formando uma carteira de
investimentos de R$ 4,225 bilhões, bem distante da segunda colocada, a
Unibanco AIG, que ainda não ultrapassou a casa de R$ 1 bilhão.

Oportunidade – O negócio que permitiu a subida vertiginosa da
seguradora da Caixa Econômica Federal no mercado de previdência foi
fechado em novembro do ano passado. A Sasse formou um fundo de
investimento, composto basicamente por títulos públicos, para saldar os
compromissos do grupo de aposentados e pensionistas que saíram da
Prevhab. O total de recursos do fundo, que ainda está em formação, deve
girar em torno de R$ 550 milhões. No início de 1998, a Sasse detinha uma
carteira de investimentos de menos de R$ 1 milhão.
Apesar das proporções inusitadas, acordos desse tipo fazem parte dos
objetivos das entidades abertas e das seguradoras, que estão de olho nos
negócios de compra de passivo de algumas fundações. A própria Sasse
montou uma estrutura específica para cuidar da venda de serviços para os
fundos de pensão. “Há um número crescente de fundações que está se
interessando pela terceirização da gestão do passivo”, diz Valdery Frota
Albuquerque, diretor de planejamento da Sasse Caixa Seguros.
As fundações ligadas a bancos recém-privatizados e a empresas que
passaram recentemente por mudança no seu controle acionário, por
exemplo, têm solicitado estudos nesse sentido para as entidades abertas.
Outros fundos de pensão, mesmo sem passar por nenhuma mudança no
controle, começam a se interessar pela terceirização dos benefícios de
risco. “Estamos trabalhando com oito propostas de possíveis negócios com
fundações, algumas envolvendo valores acima dos R$ 100 milhões”,
confidencia Albuquerque.
Entre as maiores entidades abertas do ranking da Anapp, as que vêm
obtendo os maiores índices de crescimento nos últimos dois anos são a
Itauprev e a Brasilprev. A Itauprev aumentou o valor de sua carteira em
quase 80% até novembro de 98 (veja quadro ao lado), e sua receita
dobrou nos 11 meses do ano passado em comparação a 97.
Os dois carros-chefe da expansão da Itauprev foram o Flexprev Itaú e o
Fapi (Fundo de Aposentadoria Programada Individual), ambos voltados
prioritariamente para os clientes de varejo, informa Osvaldo do
Nascimento, diretor gerente da Itauprev.
Já a Brasilprev ampliou sua carteira de investimentos em mais de 50%. O
produto que teve maior destaque em 98 foi o Brasilprev Júnior, voltado
para menores de idade, que conseguiu vender 80 mil planos até o mês de
outubro passado. Apesar da forte atuação no varejo, a Brasilprev também
começou a priorizar a distribuição de planos empresariais. No ano
passado, a entidade estruturou uma área de vendas voltada
exclusivamente para empresas e conseguiu fechar os primeiros 100
negócios deste tipo, conta Fuad Noman, diretor presidente da Brasilprev.
Outro fundo aberto que merece destaque é o Realprev, ligado ao Banco
Real, cuja carteira de investimentos saltou de R$ 80 milhões no início de
98 para mais de R$ 130 milhões em novembro de 98. Embora não figure
entre os dez maiores, ele está ascendendo rapidamente.