Seis fundações devem assinar contrato com a Ricci neste mês

Edição 32

Seis fundações devem assinar, ainda este mês, contratos formalizando a
compra de cotas para quatro prédios de escritórios de alto padrão

Seis fundações devem assinar, ainda este mês, contratos formalizando a
compra de cotas para quatro prédios de escritórios de alto padrão, a
serem construidos na Água Branca, Zona Norte de São Paulo, próximo ao
Memorial da América Latina. Segundo José Stepanes Ferreira Gringo,
presidente da Ricci Engenharia, empresa idealizadora do projeto de R$
150 milhões, o conjunto de prédios deve estar pronto em dois anos.
Das seis fundações, uma adquiriu cotas referentes a dois dos quatro
prédios, outra cotas de um terceiro prédio e as quatro restantes dividiram
as cotas do último prédio. Gringo não quis nominar as fundações.
Após a conclusão, os prédios serão locados para empresas de médio e
grande porte. A locação, segundo Ricci, será realizada em parceria entre a
empresa e os fundos. Cada laje terá área de 500 a mil metros quadrados
e aluguel mínimo será de US$ 25 o metro (a área útil total dos quatro
prédios será de 70 mil metros quadrados).
Esse é o segundo negócio da construtora com fundos de pensão. Em
dezembro de 1996, doze fundações, entre elas a Funcep, Regius,
Sabesprev, Metrus e Fundiágua adquiriram, através de um fundo de
investimentos, cotas de participação em um prédio de 30 andares, 24
deles com escritórios de 518 metros quadrados. A obra, também para
locação, será entregue no final de 1998 e fica ao lado dos quatro prédios
que serão construido.
A mudança da estrutura do mercado brasileiro – da maneira de gerir as
empresas, passando pela mudança espacial e entrada de novas
companhias – é o que dá a Gringo quase certeza de que não faltarão
interessados. Muitas empresas, de acordo com ele, enxugaram seu
quadro de funcionários e não precisam mais de um prédio inteiro. Outras,
estão chegando no país e querem instalar suas sedes administrativas em
vias de acesso.
Oferecer os escritórios para locação a preços competitivos, bem inferiores
aos praticados em regiões como Pinheiros ou Berrini é, segundo Gringo,
um dos principais atrativos do negócio. “É um negócio para fundações”,
afirma ele. “O local ainda não atingiu o máximo de seu patamar
imobiliário e, por isso, a capacidade de valorização é muito grande.”
Para Gringo, os fundos vão retomar os investimentos no mercado
imobiliário. Ele acredita que o início do Plano Real pode ser um dos
responsáveis pela baixa participação desse tipo de investimento no
patrimônio das fundações, processo que deve ser revertido em
breve. “Eles tiveram de se ajustar, rever seus valores e agora voltarão a
investir no setor.”
Apesar de próxima à regiões com infra-estrutura, como shoppings, bancos
etc, a Água Branca não tinha lei de zoneamento que permitisse a
exploração do local para comércio e serviços. Por isso, a parte
desenvolvida da cidade chegou perto, mas nada ali podia ser construido
até 1996, quando foi aprovada a Operação Urbana Água Branca. De
acordo com o presidente da Ricci, por essa razão o local pode ser
considerado um quinto pólo de escritórios da cidade.