Edição 22
Para fugir do CPMF, as fundações estão transformando suas carteiras
administradas em fundos de investimento
Para fugir do CPMF, as fundações estão transformando suas carteiras
administradas em fundos de investimento, os quais também estão se
tornando a principal opção de quem está decidindo terceirizar os ativos
(ver reportagem sobre fundo da Xerox na pág. 7).
A mudança está sendo positiva para os fundos de pensão, que estão
vendo nos fundos de investimento uma maneira mais ágil de administrar
seus investimentos. “É mais fácil contabilizar as cotas de um fundo do que
ativos”, opina Nelson Marquardt, diretor de investimentos da Fundação
Copel e da comissão da Abrapp que analisa o tema. Além disso, é
também uma maneira mais barata, pois as taxas administrativas são
menores e sobre eles não incide o CPMF.
Esses atrativos, ao propiciarem uma transferência em massa de recursos
aos fundos de investimento, sofisticaram esse mercado. Hoje, os bancos
esmeram-se em lançar fundos com características inusitadas e, a maior
parte deles, passaram a cobrar taxas de administração mistas, ou seja,
um percentual fixo pequeno combinado a uma taxa de performance. “Há
uns dois anos, nem se ouvia falar de performance”, diz Marquardt.
O lançamento de produtos também seguiu a tendência de
modernização. “Os próprios fundos exclusivos são uma novidade.
Também apareceram os fundos com derivativos para alavancar o ganho,
com perfil para institucionais”, afirma o diretor da Copel. Já na renda fixa,
o surgimento de FIFs de prazo maior foi bem recebido pelas
fundações. “Houve uma migração para os FIFs de 60 dias ou o
alongamento das operações”.
Segundo Marquardt, apesar dessa mudança para fundos de investimento,
boa parte dos ativos ainda é administrada internamente pelas entidades,
entre 35% e 40% do total. “Para quem tem uma carteira que não gira
muito, pode ser vantajoso administrar internamente”. Algumas fundações
menores fizeram essa opção e ganharam com carteiras que imitavam o
Ibovespa.