O 1º fundo da Pactual Electra chega em maio

Edição 11

A Pactual Electra Administração e Investimentos, espera captar cerca de
US$ 2 bilhões em cinco anos com o Pactual Electra Fund

A Pactual Electra Administração e Investimentos, joint venture que acabou
de ser formada entre o Banco Pactual e o grupo inglês Electra Fleming,
espera captar cerca de US$ 2 bilhões em cinco anos com o Pactual Electra
Fund, um private equity fund que terá características distintas dos
atualmente em operação no País, explica Álvaro Gonçalves, diretor
executivo da nova empresa.
O fundo deverá estar em operação até meados de maio e, de acordo com
Gonçalves, já tem garantia firme de subscrição de vários investidores,
entre eles pelos menos dois fundos de pensão. Ele espera chegar a um
patrimônio de US$ 500 milhões este ano, metade em aplicações de
investidores domésticos e metade de estrangeiros. A possibilidade de
captar recursos tanto no mercado interno como no exterior é um dos
diferenciais do fundo.
“As empresas que administram esses fundos no Brasil hoje têm carteiras
diferentes para os dois tipos de capital, o que pode gerar conflitos de
interesse entre elas”, diz o executivo. Segundo ele, este não será o caso
do Private Equity Fund do Pactual, que é um fundo combinado.
São duas portas de entrada, uma para o capital interno e outra para o
estrangeiro, mas o destino é o mesmo. “Os recursos serão aplicados nas
mesmas companhias, de acordo com o percentual do patrimônio desses
dois investidores”, conta. A idéia é que o patrimônio das duas faces do
mesmo fundo seja igual. “Estamos trabalhando para isso”, diz.
Os profissionais que farão a gestão do fundo da Pactual Electra são outro
diferencial. Segundo Gonçalves, optou-se por pessoas com ampla
experiência no setor empresarial e não financeiro, como acontece com a
maioria das carteiras existentes no mercado. O presidente da empresa,
Luiz Francisco Viana, fez toda sua carreira na área de administração de
empresas.

Influir – Seu último posto antes de ser convidado pelo Banco Pactual para
encabeçar o novo empreendimento foi de presidente da Latinpart. O
diretor Álvaro Gonçalves, entre outras atividades, foi presidente da
Lacta. “O fundo não é um negócio para ser operado passivamente, como
uma carteira de ações, manteremos contato permanente com as
empresas investidas, será uma atuação conjunta”, diz.
Tal experiência é importante uma vez que o negócio do private equity
fund é adquirir participações significativas em empresas que permitam ao
fundo influir na administração. O objetivo é ajudar a empresa a crescer e
depois lucrar com a venda dessa participação. O alvo são empresas sem
ações em bolsa. O critério de seleção exige que as candidatas sejam bem
geridas e potencialmente promissoras em sua àrea de atuação, com
perspectivas de crescimento nos próximos anos.
De acordo com Gonçalves, este é um mercado que no mundo todo tem
sido extremamente rentável. “Alguns fundos, como os geridos pela Electra
Fleming, têm registrado lucro líquido superior a 100% ao ano por mais de
dez anos consecutivos”, diz. Ele acredita que o mercado brasileiro tem
todas as condições de exibir performance semelhante. “Existem ótimas
empresas que só não conseguem avançar por falta de capital e é aí que
nós entramos”, afirma.
Gonçalves lembra que, embora tenham cedido significativamente, os juros
no País ainda são altos, desestimulando os investimentos, e nem todas
as empresas têm acesso aos mercados internacionais. “O mercado de
ações, que seria uma alternativa aos empréstimos bancários, está com
preços ainda muito defasados em relação ao valor das companhias, o que
inviabiliza a captação”, diz.

Carência – O prazo de carência do fundo deve ficar entre cinco e oito anos,
mas, segundo o executivo, podem ocorrer resgates específicos antes do
tempo. “Caso alguma das empresas cresça o suficiente para abrir capital,
por exemplo”, diz.
Gonçalves conta que, além de trazer recursos captados junto a seus
investidores no mercado externo, o grupo inglês Electra Fleming entra com
todo o know how de seus mais de 50 anos de experiência na
administração de private equity funds. “O grupo já investiu em cerca de
300 empresas nos países em que opera”, afirma o executivo.