Zeca Oliveira revela os planos para crescer no mercado de fundos

23-06-2015  –  12:29:18

 

O ex-presidente do BNY Mellon no Brasil, Zeca Oliveira está de volta ao mercado de administração de recursos. A nova empresa fundada por ele, a Bridge Trust, acaba de completar um ano de existência. Após a associação com a Gradual Investimentos, que aguarda aprovação do Banco Central, o executivo conta, em entrevista exclusiva para a revista Investidor Institucional, quais são seus planos e estratégias para crescer neste mercado. “Tem um espaço importante pra gente ocupar, principalmente entre os pequenos e médios gestores independentes. Há uma grande vacância no mercado neste segmento e é aí que pretendemos crescer”, diz Oliveira.

Junto com ex-executivos do BNY Mellon, entre os quais está seu parceiro de longa data, Alberto Elias, a nova empresa de Zeca Oliveira acumula a experiência de ter montado a maior operação de administração fiduciária para terceiros do mercado brasileiro. Entre 1998 e 2013, eles transformaram o BNY Mellon no principal administrador de fundos de assets independentes. Agora pretendem conquistar novos e antigos clientes, muitos dos quais podem vir da “casa velha”, como eles costumam se referir à empresa que atuaram durante cerca de 15 anos. Com a Bridge, eles pretendem continuar focando no negócio de administração fiduciária.

Fundada em maio de 2014, em pouco mais de um ano de atuação, a Bridge Trust já administra recursos da ordem de R$ 2,4 bilhões. Nesta primeira fase da empresa, os executivos estão conseguindo crescer com a oferta de serviços de administração para fundos com dificuldades de funcionamento ou que apresentam problemas de desempenho. “Em um primeiro momento estamos focando em produtos estruturados. Estamos trabalhando com produtos e fundos que estão em dificuldades ou que já deram algum tipo de problema”, diz Oliveira.

Um exemplo é o fundo FP1, que tem alta concentração em ativos da Brasil FoodService, empresa que administra a rede de restaurantes Porcão. O fundo tem como cotistas alguns fundos de pensão, como o Serpros, e regimes próprios de previdência, como o Igeprev do Tocantins. A Bridge assumiu a administração deste fundo no ano passado, mas foi por um breve período. Houve a troca de administrador em maio passado, e quem assumiu o fundo foi a Cabedal Investimentos. Mas há outros fundos que foram conquistados pela Bridge, como por exemplo, um fundo da Ático Investimentos, e que continuam com a empresa.

Um segunda fase de crescimento projetada pelo executivo é a atuação junto às assets independentes. Neste sentido, a associação com a Gradual Investimentos, comandada pela executiva Fernanda Lima (ex-Merrill Lynch e ex-JP Morgan), permite um salto de escala. As duas empresas juntas acumulam R$ 6,25 bilhões em recursos sob administração – dos quais R$ 3,85 bilhões são provenientes da Gradual. Além disso, a Gradual tem o registro de instituição financeira junto ao Banco Central e pode oferecer toda uma plataforma tecnológica para potencializar a atuação da nova empresa. 

Já em uma terceira fase, os executivos da Bridge projetam crescimento no mercado de fundos de pensão e regimes próprios de previdência. “Mais adiante, pretendemos oferecer produtos e prestação de serviços para fundações, que é uma expertise que temos acumulado ao longo de nossa trajetória”, diz Oliveira. 

Leia matéria com mais informações na próxima edição nº 272, de julho, da Revista Investidor Institucional