27-05-2015 – 18:38:37
Os investidores, que parecem ter concedido à Petrobras um novo voto de confiança após a publicação do balanço da companhia, acenam para uma janela de oportunidades ao Rioprevidência, que já cogita tirar da gaveta o seu pacote de emissões no exterior, com o intuito de captar mais US$ 1 bilhão no mercado internacional.
Esta seria a terceira emissão do pacote, que totaliza US$ 5 bilhões. A primeira ocorreu em junho de 2014, quando a empresa levantou pouco mais de US$ 2 bilhões com investidores lá fora, operação que teve até overbooking. Já a segunda ocorreu em novembro, poucos dias depois da divulgação da Operação Lava Jato. Na ocasião, o instituto conseguiu captar US$ 1,1 bilhão, mas a juros bem maiores.
“Mais de 90% das receitas do instituto vêm de royalties de petróleo, então as emissões têm uma vinculação muito forte com a Petrobras. Mas agora parece que o mercado está melhorando. Recentemente, o Itaú Unibanco e a Votorantim Cimentos fizeram uma boa captação no exterior e isso mostra que os investidores estão observando oportunidades no Brasil de novo”, afirma Gustavo Barbosa, presidente do Rioprevidência.
Royalties – A dependência dos royalties do petróleo tem afetado o balanço do RPPS. Enquanto que em 2014 o instituto registrou mais de R$ 80 bilhões em ativos, nos primeiros meses de 2015 este volume caiu para R$ 58,3 bilhões.
Isso ocorreu por conta da forte desvalorização do preço do barril do petróleo no período – que passou de US$ 110 para US$ 62 em menos de seis meses. “Isso gerou uma baixa de R$ 20 bilhões nos nossos ativos”, destaca Barbosa.
O “buraco” deixado pelos royalties têm sido preenchido pela transferência do Fundo de Depósitos Judiciais do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O instituto poderá receber até R$ 6,2 bilhões dessa fonte, mas Barbosa não revela o quanto já foi repassado. Por enquanto, o Tesouro do Estado ainda não precisou aportar os R$ 2 bilhões que havia comprometido para o instituto. “Mas talvez a gente precise desse dinheiro no final do ano”, complementa.