26-04-2016 – 15:22:40
As carteiras de renda variável dos fundos de pensão apresentaram recuperação no primeiro trimestre de 2016, aponta levantamento da Mercer. As carteiras tiveram retorno médio de 11,53% de janeiro a março, segundo dados dos clientes da consultoria no Brasil. Em 12 meses, o retorno médio da renda variável havia sido de 2,5% negativos e, em 36 meses, de 1,5% negativo.
Já as carteiras de renda fixa analisadas pela Mercer tiveram retorno médio de 4,62% no primeiro trimestre do ano. Em 12 meses, o retorno médio havia sido de 14%. No total, foram analisadas 361 carteiras de 60 fundos de pensão. A alocação em renda fixa no final de março era de 92,96%, ante 91,49% de setembro do ano passado. Já a alocação em renda variável era de 5,68%, ante 7,25% de setembro passado.
Projeções positivas para bolsa – Do lado dos gestores de recursos, as projeções do levantamento da Mercer apontam que a bolsa doméstica deve fechar com fortes ganhos em 2016. Realizada com 27 gestores, a pesquisa apontou uma média de retorno de 24,37% para o IBr-X 100. Para o índice small caps, a média do retorno esperado ficou em 24,20%. Já para o índice de dividendos (Idiv), a média projetada é de 25,44%.
“O índice de dividendos é o que oferece melhor perspectiva de retorno para 2016 segundo os gestores, maior que o Ibovespa e o small caps”, disse o consultor da Mercer Rogério Rodrigues em evento realizado com profissionais de fundos de pensão e assets em São Paulo nesta terça-feira, 26 de abril.
A média de retorno para a bolsa doméstica é bem maior que para os índices as bolsas externas. A média esperada de retorno para o S&P500 é de 5,63%, enquanto para o MSCI World, a média é de 8,44%. “A expectativa de retorno para os índices globais é bem menor que as projeções para a bolsa local”, explica Rodrigues.
Cautela com renda variável e crédito – Apesar das projeções mais favoráveis para a bolsa doméstica em 2016, os gestores recomendam que é necessário ter cautela para aumentar a alocação em renda variável, até mesmo porque a bolsa já avançou bastante no primeiro trimestre – o Ibovespa teve retorno de 15,4%. “A bolsa pode dar uma boa puxada, mas vai ter um momento em que vai parar. Ainda vai demorar para o lucro das empresas voltar aos patamares anteriores”, diz Guilherme Abbud, diretor de investimentos da asset do HSBC.
Segundo o gestor, a cautela deve ser ainda maior com ativos de crédito privado. “O crédito privado é o que está me tirando o sono. A recessão pode ser mais longa que as pessoas imaginam, por isso, é preciso muito cuidado com os ativos de crédito privado”, disse Abbud. O gestor do HSBC tem recomendado as alocações preferencialmente em juros pré-fixados e NTN-Bs.