31-07-2015 – 11:22:41
A Petros encerrou 2014 com déficit de R$ 6,2 bilhões, a maior parte concentrada no Plano Petros Sistema Petrobras (PPSP). É o segundo ano que o plano apresenta déficit, o que significa que se em 2015 o PPSP tiver um novo resultado negativo, a fundação terá que elaborar um plano de equacionamento de déficit. Já o plano Petros Ultrafértil, que representa aproximadamente 1,5% do patrimônio total dos planos administrados pela Petros, também apresentou insuficiência patrimonial, calculada em R$ 239,6 milhões, o que representa aproximadamente 20% do saldo das provisões matemáticas. Nesse caso, a legislação exige que o plano realize o equacionamento desse resultado.
“Colaboraram para esse resultado os aumentos reais de salário repassados aos assistidos nos últimos anos, que elevaram os compromissos do plano, assim como o provisionamento de recursos para pagamento de prováveis novos compromissos decorrentes de ações judiciais em curso”, diz a fundação em comunicado. O plano de equacionamento deve ser elaborado e aprovado até o final do exercício de 2015, sendo implementado no ano seguinte. Já o Plano Petros-2 (PP-2) encerrou 2014 com patrimônio de R$ 8,8 bilhões e superávit de R$ 93 milhões.
Cenário – Segundo comunicado da fundação, a partir de 2013, o mercado passou a sofrer com a volatilidade do cenário econômico mundial, refletindo nas aplicações em bolsa de valores e renda fixa, o que acarretou em resultados negativos de seus planos. “Estamos empenhados em evitar um terceiro ano desfavorável, mas se esse resultado se repetir em 2015, seremos obrigados a discutir o equacionamento especificamente no PPSP, porque a legislação determina, e não porque há problema de solvência no plano”, diz Henrique Jäger, presidente da Petros, no comunicado.
O fundo de pensão explica que o acordo de níveis, reajuste dos benefícios de aposentados e pensionistas do PPSP referente aos anos de 2004, 2005 e 2006, representou R$ 2,9 bilhões do déficit acumulado em 2014 no plano. Outro fator impactante foi o aumento das provisões para ações judiciais no PPSP, que respondeu por R$ 648,8 milhões do montante deficitário.
A fundação diz ainda que vem implementando mudanças na política de investimentos do PPSP, visando aumentar as aplicações em títulos públicos, que estão pagando juros atrativos, e reduzir as aplicações em bolsa de valores, além de estabelecer que o somatório de recursos em renda variável, fundos de investimentos em participações (FIPs) e investimento no exterior seja reduzido nos próximos cinco anos para abaixo de 50%. A Petros também determinou que não vai realizar novos aportes em FIPs além do capital já comprometido.
Mesmo com resultado favorável, também foram estabelecidas mudanças na política de investimentos do plano PP-2. Os novos aportes em FIPs passarão, obrigatoriamente, por aprovação do Conselho Deliberativo, o somatório de renda variável, FIP e renda variável global deve ser inferior a 30% dos investimentos do plano, e, nos fundos de investimentos imobiliários, a rentabilidade a ser alcançada passe do atual IPCA + 5,5% para IPCA + 6%.
Rentabilidade – Renda variável encerrou 2014 com -4% de rentabilidade, impactada pelo desempenho da bolsa de valores, que também fechou o ano em negativo (-2,9%). O maior impacto, segundo a fundação, foi causado pela precificiação do veículo que investe em ações da Vale. Já renda fixa apresentou rentabilidade de 13,29% no ano, acima da meta de 12,26%.
A Petros informou ainda que nos últimos dez anos sua carteira consolidada obteve 238,72% de rentabilidade, acima da meta atuarial estabelecida no período, de 200,21%. O patrimônio do fundo de pensão totalizou R$ 68,1 bilhões no ano passado, 3% a mais que o registrado em 2013.