Nova diretoria da Funterra busca recuperar perdas de R$ 130 milhõ...

09-04-2015  –  13:21:55

 

Após tomar posse no início de março, o novo diretor superintendente da Fundação de Previdência Privada da Terracap (Funterra), Rogério Luís Hauschild, enfatiza que seu foco à frente da fundação será montar uma equipe especializada para recuperar os ativos que entraram em default no passado. O executivo contabiliza R$ 130 milhões de prejuízo ocasionado por investimentos realizados em ativos “podres” entre 2006 e 2011.

“Esses ativos entraram em default ao longo dos anos e tiveram que ser provisionados. Agora, há uma oportunidade do fundo em recuperar esse dinheiro e queremos dar ênfase nessa recuperação”, explica Hauschild. O executivo diz que o primeiro passo foi contratar Bernardo Gonzales como diretor financeiro do fundo, por ter atuado na diretoria de recuperação de créditos do Banco do Brasil, Gonzales substitui Antônio Paulo Mendes Junior que, segundo Hauschild, pediu desligamento de sua função no mês passado.

O novo superintendente explica que os investimentos realizados no passado são basicamente em imóveis ou lastreados em debêntures e recebíveis de empresas que pediram falência ou estão em processo de recuperação judicial. O executivo diz ainda que já houve uma auditoria da Previc sobre essas operações e elas são apuradas internamente dentro da empresa patrocinadora, a Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap).

“Para realmente colocar o fundo nos trilhos, temos como objetivo recuperar a credibilidade, reduzir custos, melhorar a governança e a transparência, recuperar crédito e responsabilizar os envolvidos nas transações que resultaram nessa perdas, além de trazer novas opções para os funcionários dentro dos planos”, diz Hauschild. O diretor diz que o plano é criar perfis para os participantes para que, dessa maneira, o fundo fique obrigado a investir de forma mais conservadora ou mais alinhada aos objetivos dos participantes.

Hauschild assumiu em março no lugar de Gilvan Cândido da Silva, que atuou como diretor superintendente desde outubro de 2013. Sua saída foi uma decisão da patrocinadora. Em comunicado, o ex-superintendente destaca que já possuía conhecimento dos prejuízos, devidamente contabilizados, auditados e aprovados pelos Conselhos Deliberativo e Fiscal da Funterra, e que esses valores, quando recuperados, tenderão a valorizar o patrimônio da fundação. 

O fundo de pensão contabiliza R$ 270 milhões em ativos e 308 participantes.