Igeprev-TO contesta exigência de novo aporte em fundo da rede Por...

26-04-2016 – 11:41:20

 

O Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (Igeprev-TO) apresentará contestação na Justiça do Rio de Janeiro acerca de uma cobrança feita pela Brazal Alimentos (ex-Brasil Foodservice Goup), proprietária da rede de restaurantes Porcão. A empresa entrou com pedido de liminar para que o instituto aplique mais R$ 47,4 milhões em um fundo de investimentos (FP1) que concentra maior parte dos ativos na rede de restaurantes. O juiz Fernando Cesar Ferreira Viana, da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, negou a liminar do grupo e determinou que o Igeprev-TO seja ouvido nos autos.

O dinheiro devido é justamente por conta de um compromisso de investimento assumido pela antiga administração do Igeprev-TO com o fundo. De acordo com o presidente do instituto, Jacques Silva, esse investimento já causou prejuízos e não há motivos para aplicar mais recursos no fundo. “Já foram aplicados R$ 400 milhões na rede de restaurantes Porcão, que foram praticamente perdidos. Agora, eles cobram mais R$ 47,4 milhões que são referentes a um acordo feito, por meio de memorando, com a administração passada. Eu não me sinto na obrigação de cumprir com esse acordo”, diz Silva. Por conta do alto investimento, o instituto está em situação de desenquadramento.

O acordo da Brazal foi feito na gestão do presidente do instituto Rogério Villas Boas e do ex-superintendente de investimentos, Edson Santana Matos, em 2013. O processo de investimento continuou com Francisco Flávio Sales Barbosa, que assumiu a presidência do Igeprev-TO em dezembro do mesmo ano. “Esse acordo foi feito sem observar normas”, destaca Jacques Silva. O executivo diz ainda que a alegação da Brazal é que a rede de restaurantes precisa desse dinheiro para se recuperar. “Eles dizem que a ausência de recursos financeiros que compunham o plano de negócio tem invalidado a operação e atingido os investidores, e assim eles pararam as atividades. Mas eu não acredito que eles consigam se recuperar”, salienta.

Perdas – Jacques Silva, que assumiu a presidência do instituto em janeiro de 2015, destaca que as administrações anteriores do Igeprev-TO fizeram aplicações que geraram prejuízo ao instituto. “Já temos mais de R$ 300 milhões perdidos. Em 2011, quando a administração anterior entrou, o dinheiro estava aplicado em fundos de bancos. O antigos gestores pegaram o dinheiro, mais de R$ 1 bilhão, e aplicaram em quase 50 fundos. Agora temos várias ações na Justiça para tentar recuperar alguma coisa. Temos alguns ex-gestores com os bens bloqueados”, salienta.