Fundação Promon planeja distribuição do superávit

23-06-2015  –  18:48:06

 

Com superávit de aproximadamente 30% no plano de benefício definido (BD), a Fundação Promon já planeja a distribuição do excedente para o próximo ano. É que o plano deve completar três anos consecutivos de superávit em 2015, período limite estipulado pela legislação para que a entidade destine esses recursos para os participantes. Ao longo do segundo semestre o conselho deliberativo da entidade vai discutir se fará a distribuição do valor, com o pagamento de salários adicionais, ou se aumenta percentualmente os benefícios pagos.

Em 2008, quando a entidade fez pela última vez a destinação de superávit, a opção foi por pagar dois salários a mais para cada participante. “Talvez seja nessa linha. Se repetirmos o critério pode ser que aconteça a mesma coisa, mas ainda não tem nada definido”, afirma Mário Sérgio Ribeiro, diretor de investimentos do fundo.

Uma contribuição importante para o superávit, explica Ribeiro, veio da carteira de imóveis, que responde por 11% do plano BD. O limite legal é de 8%, e o desenquadramento ocorreu de maneira passiva pela valorização dos imóveis nos últimos anos. A carteira é composta por imóveis do Condôminio São Luis, na Avenida Juscelino Kubtschek, em São Paulo, onde fica a sede da fundação. O diretor explica que, como a Resolução 3.792 permite que haja um desenquadramento passivo dos imóveis, desde que a entidade apresente um superávit superior ao excesso, a redução do percentual não está no radar no momento. “Podemos analisar a venda como negócio, mas não como obrigação”.

Exterior

No ano passado a Fundação Promon aprovou na política de investimento um limite de 2% para investimentos no exterior, que deve subir para até 4% na virada do ano. A entidade aplicou cerca de 1% do limite, nos fundos da BlackRock e da M Square, e está em busca de outro fundo para preencher o permitido pela política. No radar estão fundos referenciados em dólar, e expostos às economias desenvolvidas. No acumulado de 2015, até maio, os dois fundos em carteira tiveram uma rentabilidade de aproximadamente 25%. Além da renda variável, o fundo de pensão também tem analisado oportunidades globais no mercado de high yield.

A valorização do dólar durante o primeiro semestre, que saiu de R$ 2,65 em dezembro para R$ 3,10, não desencoraja o diretor na busca por veículos dolarizados. “Em 2014 e 2015 o efeito do dólar foi positivo, mas pode ser negativo. Vamos ter que aprender a conviver com a flutuação do câmbio”, pontua Ribeiro. “A busca pelo fundo no exterior não é com o objetivo de especular com o dólar, é um objetivo de longo prazo, de diversificação”.