20-01-2015 – 15:41:10
A Fundação CEEE encerrou 2014 com rentabilidade de 9,28%, ficando assim abaixo da meta atuarial, estabelecida em INPC + 5,5% (11,72%). De acordo com José Joaquim Fonseca Marchisio, diretor financeiro da fundação, o resultado se deve a um ano complicado, em que a bolsa teve forte oscilação principalmente na época das eleições e com grandes players do mercado, como a Petrobras, em situação complicada.
Para este ano a meta atuarial permanece a mesma, e o fundo de pensão planeja reavaliar e, se for o caso, se reposicionar em cada investimento de renda variável realizado até então. “Estamos aproveitando a bolsa depreciada para ver se cabe um reposicionamento. Vamos ver caso a caso as perspectivas de retorno e começar a migrar para outra alternativa dentro do mercado se for preciso. Vamos manter o recurso em bolsa, mas com redirecionamento”, explica Marchisio.
O executivo diz ainda que é preciso esperar a movimentação da taxa básica de juros (Selic) para uma possível mitigação de riscos “Se não há outra possibilidade no mercado, temos que trabalhar com o que está disponível. A expectativa da Selic chegar a 12,5% nos deixa em uma condição de ponderar o risco”, avalia.
Marchisio explica que por enquanto não há muitas opções de diversificação para a fundação, já que para a realização de investimentos no exterior ainda é preciso fazer uma mudança no estatuto do fundo de pensão, o que gera longas discussões. “Temos uma limitação grande do estatuto e há uma proposta de alteração para que seja permitida a alocação no exterior, mas não é um assunto consensual entre nossos conselhos”, diz o executivo. Em sua opinião, é bom ter uma alternativa de alocação, mas é importante saber que há uma sazonalidade para esses tipos de investimento. “Nem tudo que tem no exterior é bom, mas é complicado ficar com essa restrição”.
O executivo ressalta que os investimentos estruturados feitos pela fundação também não têm gerado bons retornos, sendo que apenas um deles teve um destaque e já está em processo de desinvestimento, enquanto o restante sofre com situações adversas. “Estamos tendo subsequentemente experiências amargas. Isso deixa um receio em fazer novas incursões”.
Para ajudar a impulsionar planos que já estão mais amadurecidos, a ideia da fundação é estabelecer nos próximos anos uma política de investimento específica para cada plano. “No primeiro momento, ainda estão todos uniformes, mas a tendência é trabalharmos cada plano individualmente alocando de acordo com necessidade de cada um”, salienta Marchisio. Segundo o diretor financeiro, a fundação possui atualmente um patrimônio de aproximadamente R$ 5,4 bilhões.