Funcef mantém conservadorismo na política de investimentos de 201...

12-01-2016  –  15:28:51

 

A Funcef manterá o conservadorismo nas aplicações em 2016. Em sua política de investimentos, aprovada no final do ano passado, a fundação ampliará, nos planos de beneficio definido (BD) 51%  para 56% a meta de alocação em renda fixa, reduzindo de 24,3% para 21,8% as aplicações em renda variável. Os investimentos no segmento de estruturados continuam estagnados para esses planos, pois já foram atingidos 9% em alocação. Os desinvestimentos nessa classe de ativos serão realocados em renda fixa.

De acordo com o diretor de investimentos da Funcef, Mauricio Marcellini, o desafio para os planos BD, que já são mais maduros, é o pagamento de benefícios, que deve crescer de R$ 2,5 bilhões pagos em 2015 para R$ 3 bilhões a serem pagos anualmente durante os próximos cinco anos. “Isso envolve um esforço adicional para aumentar exposição em renda fixa”, salienta Marcellini.

Nos planos mais jovens, de contribuição variável (CV), a estratégia de alocação é a mesma, reduzindo exposição em ativos atrelados ao crescimento da economia e aumentando em renda fixa. “Como recebemos recursos todo mês, o aumento ou redução em renda fixa ou renda variável é mais fácil”, diz o Marcellini.

Equacionamento de déficit – O executivo destaca que ainda não há uma definição sobre se o plano de equacionamento de déficit a ser implantado pela fundação será baseado nas novas regras de solvência aprovadas pelo Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) no ano passado. De acordo com Marcellini, ainda há uma discussão na diretoria discussão na diretoria sobre o assunto. “Eu e o presidente da Fundação, Carlos Caser, somos favoráveis à adoção das novas regras, pois reduzirá de 11% para 3,5% o valor a ser equacionado inicialmente”, afirma.

A discussão, contudo, visa avaliar se vale a pena reduzir o valor a ser equacionado agora sendo que em 2017 será necessária a implantação de um novo plano de equacionamento. “Se equaciono pela regra nova, tendo em mente que terei déficit em 2015, terei que equacioná-lo em 2017. Se não equaciono pela regra nova, o valor a ser equacionado relativo a 2015 será menor. A discussão que se coloca é se o nosso participante quer começar pagando menos, mas tendo outros planos de equacionamento no futuro, ou quer começar pagando 11% com probabilidade de ter menos planos de equacionamento no futuro?”, explica Marcelini.

Perspectivas – Para 2016, as perspectivas ainda não são tão otimistas na visão do diretor de investimentos da Funcef. Marcellini ressalta que é a solução para a crise política atual se faz necessária, dando prioridade ao ajuste fiscal, já que a economia deve retrair 2,5% este ano. “Por outro lado, temos a questão da inflação um pouco melhor, já que o ajuste dos preços administrados que foi feito ano passado diminui pressão em 2016. Acreditamos que a inflação ainda não ficará no centro da meta, mas podemos ter algo mais próximo de 6,5%, o que mostra uma desaceleração importante. Assim, consigo reduzir minha meta atuarial”, acredita.

Com a taxa de juros acima do atuarial, Marcellini continua apostando nas NTN-Bs, mas enfatiza que a bolsa permanece sendo um desafio. “Precisamos ter uma clareza em relação ao cenário político para ter um crescimento. E a bolsa antecipa o cenário. Não estou tão pessimista ainda, pois acredito que ao longo do semestre, parte das nuvens negras vão se antecipar e podemos ter algo positivo na frente”.

Marcellini não antecipou os resultados de 2015 da fundação, mas adianta que com a alta da inflação, que elevou a meta atuarial para acima de 17%, a Funcef encerrará o ano abaixo da meta e com resultado deficitário.