21-11-2014 – 09:43:49
Fiscal, Fiscal e Fiscal. Foi essa a resposta do presidente da Bram – Bradesco Asset Management, Joaquim Levy, para uma pergunta feita pelo editor-chefe da revista Investidor Institucional, Luis Leonel, sobre sua fórmula para conciliar crescimento econômico, juros baixos e inflação controlada. Cotado para ser o ministro da Fazenda ou diretor do Banco Central no novo mandato da presidente Dilma, Levy deu uma entrevista de três páginas à revista Investidor Institucional no dia 5 de novembro último.
A edição de novembro com a entrevista de Levy, que começou a circular no 35º Congresso da Abrapp, traz os principais pontos de vista do executivo sobre o momento da economia brasileira, incluindo quais seriam, na sua opinião, os ajustes necessários para recolocar o País no caminho do crescimento.
Perguntado sobre qual deveria ser o ponto de equilíbrio, no novo governo, para conciliar crescimento econômico, juros baixos e inflação controlada, Levy deu a seguinte resposta: “Vou fazer um paralelo com uma expressão comum nos EUA: o valor de uma casa é definido por três fatores, que são localização, localização e localização. Pois bem, o equilíbrio aqui tem três ingredientes, que são fiscal, fiscal e fiscal”.
Em relação às fragilidades atuais do País, Levy disse que “o desafio para o Brasil é o nosso baixo nível de poupança …Estamos tentando aumentar o investimento sem aumentar muito a poupança doméstica, e conscientes dos limites da poupança externa. Definir uma linha de ação em relação a isso é um imperativo para alinhar expectativas.”
Sobre a elevação da taxa de juros decidida na última reunião do Copom, ele diz que “a subida da Selic é positiva na medida em que sinaliza o compromisso com a estabilidade de preços… mas o que realmente vai fazer a diferença é um conjunto de políticas que permita os juros baixarem de maneira persistente e segura, tornando os investimentos de longo prazo cada vez mais atraente. Esse é um trabalho diário, de muita paciência e humildade, mas fundamental para o Brasil”.
Na entrevista, Levy fala ainda da redução do crescimento da China, do papel do Brasil nos Brics, negociações com Congresso e recuperação do equilíbrio das contas públicas.