Fed não deve subir os juros neste ano e nem mesmo em 2017, prevê ...

24-05-2016 – 13:02:46

 

Na avaliação da equipe de economistas do BNP Paribas no Brasil, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) não deve subir os juros novamente neste ano, e nem mesmo em 2017. “Vemos um cenário de crescimento relativamente baixo para a economia americana, ao redor de 1,5% nesse ano e em 2017. Em princípio é uma má notícia, mas em nossa avaliação significa que o Fed dificilmente sobe os juros em 2016 ou 2017. Um aumento de juros nos Estados Unidos deve ficar para 2018”, afirmou Marcelo Carvalho, economista-chefe do BNP Paribas, que participou na manhã desta terça-feira, 24 de maio, de uma coletiva de imprensa online. “O Fed não subir os juros no curto przao significa algum suporte para o preço das commodities”, acrescentou o especialista.

A visão do BNP Paribas sobre a política monetária dos Estados Unidos, entretanto, não vai de encontro com as sinalizações mais recentes da própria autoridade americana. Na semana passada foi divulgada a ata da última reunião do encontro do Fed, ocorrida em abril, no qual os componentes do BC da região deixaram em aberto a possibilidade de uma nova elevação dos juros já em junho. A maior parte dos integrantes afirmou que seria “apropriado” um novo aumento dos juros no mês que vem, caso os indicadores econômicos sigam apresentando melhoras.

Em relação à China, o outro país de maior relevância comercial para o Brasil, segundo Carvalho, as medidas de estímulo econômico que tem sido adotadas recentemente devem dar suporte para o crescimento econômico da região nos próximos meses. “O cenário de longo prazo é de desaceleração para a economia chinesa, mas o cenário para os próximos meses é de uma desaceleração não tão intensa quanto se temia anteriormente”, disse o economista-chefe do BNP Paribas.

Os desafios de longo prazo no cenário global permanecem, ressaltou Carvalho, tendo em vista a desaceleração do gigante asiático nos próximos anos, e a elevação dos juros pelo Fed que também deve ocorrer. “Entretanto, há aparentemente uma janela de curto prazo com alívio para os mercados emergentes”.