“Destino do Brasil é ter ratings cada vez mais altos”, diz Levy

10-04-2015  –  16:46:50

 

Mesmo com o déficit fiscal de R$ 2,3 bilhões em fevereiro e a ação da Fitch, que alterou de neutra para negativa a perspectiva do rating do Brasil, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, segue otimista quanto ao cumprimento da meta de superávit fiscal de 1,2% do PIB em 2015. “Estamos tomando as medidas adequadas para chegar onde queremos. Vamos cumprir o que temos que fazer”, falou o ministro, durante o lançamento do novo programa de estímulo às emissões de renda fixa anunciado pelo BNDES e Anbima.

“Tenho confiança de que o destino do Brasil é ter ratings cada vez mais altos, e estamos preparados para tomar todas as ações para evitar decréscimo de rating”, disse Levy. As últimas pesquisas, segundo a autoridade, já começam a mostrar uma melhora no nível de confiança dos investidores. “Essa confiança veio à medida que as ações do governo se mostraram bastante claras e firmes, e também temos tido cooperação com respostas vigorosas do Congresso Nacional”.

Entre as ações mais recentes, o ministro citou o pacto federativo assinado esta semana por todos os partidos da base aliada do governo, que tem como objetivo evitar a criação de matérias que gerem novas despesas ou reduzam receitas. “Garantir esse ambiente de segurança, de solvência do Estado, é peça fundamental para dar a confiança necessária para os investimentos”.

O ministro lembrou que políticas anticíclicas que vinham sendo utilizadas, como a maior expansão do balanço do BNDES com recursos do Tesouro, se esgotaram, e por isso é cada vez mais necessária a criação de novas fontes de financiamento. “Temos a oportunidade de aproveitar esse mercado de capitais, aproveitar o apetite por instrumentos, particularmente instrumentos de renda fixa, que existe no Brasil, mas também o apetite que existe ao redor do mundo”.

O momento é de ajuste fiscal, ponderou Levy, mas é também de preparar as bases para o novo ciclo de crescimento do país, que terá como um dos pilares a retomada do investimento. “É essencial criar um ambiente em que as novas regras do jogo sejam conhecidas, e que haja segurança para que as pessoa comecem a se posicionar”.

Rating

Ao anunciar ontem a alteração da perspectiva do rating do Brasil, a Fitch apontou como razões a continuidade do fraco desempenho econômico, a deterioração das contas fiscais e o significativo aumento da dívida pública. “Embora o governo tenha iniciado um processo de ajuste macroeconômico para restaurar a credibilidade e a confiança nas políticas, os riscos negativos relativos à sua efetiva implantação e estabilidade persistem, especialmente no contexto de um ambiente econômico e político desafiador”, disse a agência, em comunicado.