20-03-2016 – 01:55:48
Um estudo realizado pela consultoria Plena concluiu que os regimes próprios teriam melhor desempenho no longo prazo se investissem mais em renda variável, o que possibilitaria alcançar e até superar a meta atuarial (IPCA + 6%). De acordo com a análise, feita pelo consultor Fábio Maeda, caso os RPPS investissem pelo menos 20% da carteira em ações, em 10 anos os investimentos superariam a meta em 27,57%. Com 10% da carteira em renda variável, o valor seria 1% superior à meta, considerando-se o mesmo período de tempo.
Para realizar o estudo, a Plena criou uma carteira hipotética composta por 129 empresas de 24 setores. No método, as ações foram ponderadas por valor de mercado e foram excluídas ações com liquidez menor do que R$ 100 mil por dia, com presença em menos de 70% dos últimos 120 pregões e também os bancos. Segundo Maeda, isso se deu por conta de limitações do Ibovespa, que é mais concentrado em poucos setores e empresas (são apenas 58).
De acordo com Maeda, o estudo demonstra a necessidade dos RPPS investirem mais na bolsa. Os dados mais recentes do Ministério de Previdência, de 2013, indicam que apenas 2,43% dos ativos dos 2.052 regimes próprios são investidos em ações. Comparativamente, os fundos de pensão, por exemplo, investem 23,4% do patrimônio líquido na bolsa, segundo dados da Abrapp.
Ainda segundo o estudo, caso os investimentos dos RPPS em renda variável fossem de 100% do patrimônio, a rentabilidade superaria a meta em 243% em 10 anos – o que, na prática, não poderia ocorrer. Hoje, os regimes próprios podem investir no máximo 30% do patrimônio em renda variável, valor que, para Maeda, poderia ser ampliado. “O ideal seria uma gestão livre”, defende. “Cada ano que o RPPS não bate a meta, é preciso aumentar a exposição ao risco para caçar retorno e cobrir o déficit. Não dá para querer bater a meta atuarial sem risco”, completa.