17-07-2015 – 16:13:07
Com a perspectiva de que a inflação encerre 2015 acima de 9%, bater a meta atuarial será uma “missão quase impossível” para os regimes próprios este ano, segundo analisa o diretor financeiro do instituto de Indaiatuba (Seprev), Marcos Barce. O RPPS fechou o primeiro semestre com uma meta atuarial de 9,17%, mas o rendimento dos ativos ficou próximo de 7% no período.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado entre janeiro e junho é de 6,17%. A meta atuarial do RPPS de Indaiatuba (e da maioria dos institutos) é a inflação do ano acrescida de 6%. Caso as projeções do mercado se concretizem e o IPCA encerre o ano em 9,12%, conforme aponta o último Relatório Focus, do Banco Central, a meta atuarial de Indaiatuba será superior a 15% em 2015. “Acho que conseguiremos 13% ou 14% no máximo”, afirma Barce.
Por conta da elevada inflação no semestre, nem os fundos de renda fixa conseguiram superar a meta do período. O mais próximo a encostar no objetivo foi um fundo IMA-B, que apresentou rentabilidade de 8,5%. Já entre os fundos de renda variável, dois têm performado acima da meta, um de ações livres e um de dividendos, ambos do BTG Pactual. Respectivamente, as rentabilidades foram de 11,93% e 10,49%.
Essas duas estratégias se tornaram a aposta do instituto em fundos de ações, categoria que soma cerca e R$ 80 milhões, ou 11% do patrimônio do RPPS. “Começamos o ano com dez fundos de ações e, agora, temos oito. Mas queremos chegar a dezembro com apenas seis. Não vamos reduzir investimentos na bolsa. Queremos apenas sintetizar as estratégias em dividendos e ações livres”, conta o diretor financeiro. Este mês, o instituto está resgatando um fundo small cap e, até o final do ano, deverá resgatar mais outro. Restará apenas um small cap em carteira, fechado.
A última movimentação nos fundos de ações ocorreu em maio, com o resgate de dois fundos Ibovespa para aplicação em um de ações livres, do BTG Pactual (Absoluto). Ainda assim, os recursos novos que ingressam no instituto, por meio de contribuições dos participantes e do patrocinador, são alocados alternadamente em fundos de renda fixa de curto prazo, como IMA-B 5 e DI. “Temos despesas muito altas e precisamos de liquidez. Pagamos R$ 1 milhão em aposentadorias e pensões por mês”, explica Barce.
O RPPS de Indaiatuba soma patrimônio líquido superior a R$ 750 milhões, o 23º maior do país. Ao todo, 14,7% dos ativos da instituição estão alocados em renda variável e, o restante, em renda fixa.