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Ex-sócio e idealizador da Empiricus, Marcos Elias lança nova empresa de research

Com longa trajetória no mercado financeiro com passagens pelo BNP Paribas, Gas, Link e Empiricus, entre outras casas, Marcos Eduardo Elias acaba de fundar uma nova empresa de research. Ele e outros três sócios fundaram em janeiro a Modena Capital, que começa a operar efetivamente a partir de março. Com escritório em São Paulo, a empresa atuará como uma assessoria financeira independente, focada em atender investidores institucionais domésticos e estrangeiros, principalmente assets, grupos empresariais e family offices.

Os demais sócios são Rafael Beran Bruno, com passagens pelo Bradesco BBI, Santander, Abn Amro e Brascan; Wagner Drabek, sócio-diretor da MW Engenharia e ex-gerente da PEM Engenharia; e Nicholas Vincent, presidente do conselho de administração da Brookfield Incorporações. Vincent foi CEO da Brookfield e membro da Rio Bravo Securitizadora.

Entre os quatro sócios, Marcos Elias é o mais conhecido do mercado. Ele foi fundador de uma das empresas mais notórias do setor na atualidade, a Empiricus. O executivo fundou e idealizou a empresa em 2009 e, nos anos seguintes, estabeleceu uma linha de atuação que seria responsável por dar notoriedade à assessoria, mesmo após sua saída em 2013. Ele foi um dos autores de um relatório sobre a Marfrig Alimentos em 2012, que utilizava linguagem agressiva e atacava os executivos do frigorífico, segundo avaliação e advertência da Apimec (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais).

Apesar da linguagem inapropriada, a Apimec não questionou o conteúdo do relatório que apontava inconsistências no balanço da Marfrig. Posteriormente, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) indicou correções no balanço da empresa do ramo frigorífico. Já após a saída de Marcos Elias, que vendeu sua participação para outros dois sócios, Rodolfo Amstalden e Roberto Altenhofen Pereira, a Empiricus ganhou grande expressão com o relatório “O Fim do Brasil”, divulgado antes das eleições de 2014, e que antecipava o agravamento da crise política e econômica do país caso Dilma Rousseff fosse reeleita.

Linguagem mais serena - Marcos Elias esclarece, porém, que o perfil da nova empresa, a Modena Capital, será bastante diferenciado em relação à Empiricus. “A Modena terá uma atuação voltada para o investidor institucional, com foco em assets domésticas e americanas, por isso requer um outro tipo de linguagem, com maior profundidade nas pesquisas”, explica o executivo. “Será uma linguagem mais serena, sem muita retórica, não terá nenhuma semelhança na linguagem em comparação com a Empiricus”, esclarece.

A Modena terá como foco "a produção de research independente para gestores e investidores profissionais, revisão de carteiras de investimento e projetos especiais. Outro foco será concentrado em consultoria e governança, oferecendo assessoria em operações de fusões e aquisições, captação de recursos e parcerias estratégicas", diz comunicado da empresa. A preparação para IPO e participação em conselhos de administração também estão entre os serviços disponibilizados pela área de advisory. Atualmente, a equipe de análise cobre os seguintes setores: elétrico, bens de capital, óleo & gás, financeiro, infraestrutura e varejo. 

Trajetória como gestor - Além de sua experiência na Empiricus, Marcos Elias atuou no mercado como gestor de recursos. Fundou a Gas Investimentos e dirigiu a asset entre 2001 e 2004, quando foi incorporada pela Vinci Partners. Em seguida atuou como sócio da Link Investimentos, em 2005, e permaneceu na empresa até dezembro de 2006, quando foi vendida para a Quest.

Em 2006 fundou a Galleas Capital Partners, onde permaneceu até 2009. A asset tinha foco na gestão de fundos de ações small caps e estava indo bem no desempenho de seus fundos e na captação, até o advento da crise dos Estados Unidos de 2008. Após uma tentativa frustrada de transferência da gestão dos fundos da asset para o Fator, que foi rejeitada em assembleia de cotistas, Marcos Elias teve de permanecer à frente da gestão dos fundos.

Os fundos da Galleas ficaram fechados para resgates entre outubro de 2008 até abril de 2009. Nos meses posteriores, foram devolvendo os recursos para os cotistas. "A crise foi devastadora, afetou quase todos os gestores de fundos de ações. Nossa sorte é que contávamos com um excelente passivo e a maioria dos investidores tinha compreensão do momento do mercado", diz o executivo. Os fundos da Galleas acabaram incorporados pela Gradual Investimentos.

Com formação em Engenharia pela Escola Politécnica da USP e MBA pela Universidade de Pittsburgh, Marcos Elias começou sua carreira como auditor na Ernst & Young. Entrou para o mercado financeiro como analista do Banco Brascan e depois atuou na área de research do BNP Paribas.

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